Por Lucianna Cabral
De acordo com Sandroni, a inflação é o aumento persistente dos preços em geral, gerando uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda. É um fenômeno monetário, e isso coloca uma questão básica: se é a expansão da oferta de moeda que tem efeito inflacionário ou se ela ocorre em resposta a maior demanda de moeda provocada pela inflação. A inflação normalmente pode resultar de fatores estruturais, chamada de inflação de custos; monetária, chamada de inflação de demanda ou de uma combinação de fatores.
A inflação de custos é dada pela elevação geral dos custos de produção, atribuída principalmente aos aumentos salariais e ao volume de obras públicas. O nível geral de preços cresce, mas o nível de produção diminui.
A inflação de demanda é gerada pela expansão de rendimentos. Ocorre quando os meios de pagamentos (base monetária) crescem além da capacidade de expansão da economia (crescimento econômico), ou antes que a produção esteja em plena capacidade, impedindo que a maior demanda seja atendida. Aqui, o nível geral de preços cresce acompanhando o crescimento econômico e o poder aquisitivo das pessoas.
O contrário da inflação é a deflação, ou seja, representa uma queda persistente no nível geral de preços. Conforme Sayad, se for uma deflação maior do que a prevista, ganham os credores, incluindo os proprietários de depósitos à vista e papel-moeda e perdem os devedores. A atividade produtiva diminui, pois vale a pena reter a moeda em vez de investir de maneira produtiva na economia. O desemprego aumenta. Os fluxos de caixa das empresas não financeiras se contraem e os salários nominais ficam mais rígidos ou caírem menos que os preços dos produtos.
O melhor mecanismo para conter a inflação/deflação é a taxa de juros. A taxa de juros consegue controlar a inflação/deflação porque impacta diretamente o custo do capital, consequentemente, o crédito, o poder de compra das famílias e o investimento das empresas. Em um cenário de inflação, para que seja contida, deve haver um aumento de taxa de juros, tornando o crédito mais caro e assim, desestimular o consumo das famílias e o investimento das empresas. Em um cenário de deflação, deve haver uma redução de taxa de juros, tornando o crédito mais barato e assim, estimular o consumo das famílias e o investimento das empresas.
Obras Citadas
Sandroni, P. (1985). Dicionário de Economia. São Paulo: Abril Cultural.
Sayad, J. (s.d.). Dinheiro,Dinheiro: Inflação, desemprego, crises financeiras e bancos. Portfólio Penguin - Edição Kindle .
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